terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ibovespa sobe 5,24%

Por Gustavo Vasconcelos Cardoso
Com picos acima dos 7%, o Ibovespa fechou esta terça-feira (04/11) em alta de 5,24%. Entre os destaques positivos no encerramento do pregão estão as ações do Banco do Brasil (+15,64%), Nossa Caixa (+13,86%), Gerdau (+11,48%) e Petrobras (+9,97%). Além de apresentarem os maiores ganhos, estes papéis também se destacaram entre os mais negociados, numa clara propensão dos investidores por apostar em commodities e instituições bancárias.

O anúncio da fusão Itaú-Unibanco, a criação da MP 443 e a expectativa de novas aquisições e incorporações no setor contribuíram para alavancar as ações dos bancos. A holding Itaúsa fechou a terça-feira em alta de 6,56%, depois de ter subido 8,77% na segunda, quando o Unibanco superou os 15%.
Publicada por Lula em 21 de outubro, a Medida Provisória 443 autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica a adquirir participação em instituições financeiras ou empresas dos ramos securitário, previdenciário, capitalização e outros sem passar por licitação. Embora ainda esteja em votação no congresso, a MP 443 pode ser considerada mais uma arma do Palácio do Planalto para enfrentar a crise econômica que, aos poucos, vai sendo contornada.
O empenho do governo e da iniciativa privada em demonstrar solidez econômica aos mercados interno e externo é um alívio para os acionistas. As perdas acumuladas do Ibovespa em outubro passado superaram os 20%.

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O impacto micro-regional da crise ainda não é mensurável, mas os empresários reclamam que o crédito encareceu e a oferta diminuiu substancialmente. Prova disso são os juros para financiamento de automóveis, que aumentaram, enquanto os prazos para pagamento foram achatados.
Se há poucos meses os garagistas trabalhavam com taxas menores que 1,5% a.m. e esticavam as parcelas para mais de 72 meses, hoje é difícil se encontrar condições melhores que 2,2% a.m. ou 36 vezes.
Diversos outros setores foram afetados, entre eles o cerâmico e o têxtil. Os financiamentos para exportação estão cercados de cuidados, os projetos de investimento a longo prazo foram engavetados pelos dirigentes das empresas (reflexo da incerteza do mercado) e quem negocia com recebíveis viu as taxas aumentarem.
Com o aumento das commodities, o grande setor de construção civil da região também deve sentir os efeitos da crise.
Fontes: